terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Dois pássaros!

O barulho de água quando abri os olhos naquela manhã, fez-me levantar logo e abrir a porta. Na noite anterior, quando ali chegamos não havia notado os detalhes do jardim do hotel. A cena que tive foi encantadora, pois exatamente a minha frente estava uma fonte em formato redondo, com três pratos, acho que posso chamar assim, os arquitetos que me perdoem, um acima do outro, de onde caía a água. Mas o mais doce eram os dois pássaros matando a sede, conquistando espaço no último e pequeno prato. Meu encanto foi tanto que os vi e os ouvi discutindo. Um, o mais gordinho, como todos os gordinhos, estava mais afoito e, sem muita delicadeza, fazia seu espaço, andando ora para a direita, ora para esquerda. Depois de algum tempo, dei-me conta de que o outro pássaro não era ele e sim ela! A doçura era tanta que, em alguns momentos, parecia que era de louça, de tanta formosura. Eu não me mexia de medo de assustá-los. Peguei a máquina fotográfica e me decidi que iria documentar aquele momento. Coloquei uma bolsa, apoiando a porta a fim de que ela não batesse e espantasse os dois. Saí, pisando o chão como se estivesse sobre delicados diamantes, não podia fazer nenhum barulho. Não podia estragar tudo com um tropeço ou um esbarrão. Ao chegar mais perto, estranhei que não se movessem mais, no próximo passo, constatei que algo estava errado. A um metro da fonte, a revelação: os pássaros eram pequenas estátuas, jamais se mexeram, estavam estáticos, na posição em que tinham sido moldados. Na verdade, nem eram tão belos como eu os tinha criado na minha mente romântica. A sujeira e o tempo já deixavam o amarelo de sua cor velho e feio. Nos pratos, a água não estava tão límpida como parecia de longe. Parei, pensei e cliquei. Por que não guardar a imagem que me tinha feito feliz? (Fort Lauderdale, FL, USA)