segunda-feira, 10 de junho de 2013

O lugar das coisas

Sabe aqueles momentos em que a gente se sente perdida, como se não fosse aparecer nada para resolver o imprevisto com que nos deparamos? Passa-se a mão à direita, porém lá não está o que se procura. A mão vai mais para cima, nada; desce um pouco mais do que o lugar normal, nem sinal do necessário; esfrega-se insistentemente os dedos por todos os cantos, em todas as direções e não se obtém sucesso. Respira-se e pensa-se: imagina, deve estar à esquerda. Lá vai então a canhota metendo-se em diferentes espaços, atrás, mais para cima, embaixo, mas... nadinha. Respira-se mais fundo, melhor, demoradamente, fecha-se os olhos como se fosse mais fácil ter uma ideia estando às cegas. Por um instante, faz-se a luz e a gente imagina ter descoberto o paradeiro do, aparentemente, sequestrado. Sim é o que se concluir. Entretanto, à frente, como se havia calculado, não estava. Por que não há um lugar certo, preciso, igual, não importando a quem pertença o ambiente? Afinal, este é um objeto precioso, indispensável! Por que, de acordo com a criatividade mirabolante do decorador ou mesmo do dono da casa, ele é colocado conforme o bel prazer de cada um. Não! Não poderia ser assim. Os usuários dessa forma, acabam indo à loucura, entram num processo de desconforto que vai num crescendo até, muitas vezes, chegar ao desespero. Eu mesmo já tive de levantar e sair à procura, com a roupa atrapalhando meus passos, abrindo portas e gavetas, encontrando o que não queria e até o que comprometia os donos da casa. Mas o que fazer se ele nem sempre está ao nosso alcance?