Foi num dia muito frio que o sim fora dito depois de alguns anos e de muitas emoções. Tinham se conhecido por acaso, em meio a outros jovens no centro da cidadezinha, onde ele chegara transferido pela empresa de que era funcionário. Tinham sonhos diferentes, porém valores e garra semelhantes para enfrentar o futuro. Juntaram tudo e começaram uma vida.
Os filhos nasceram, as alegrias tomaram conta assim como as preocupações. Os gastos aumentaram, o tempo deles encolheu, os sonhos se dissiparam, as mágoas e decepções foram sujando a relação outrora perfeita. De perfeita passou a suportável, de suportável a intragável, de intragável a indiferente. E aí é que tudo desmoronou.
Os espaços de silêncio, a falta de informações, os olhares não trocados iam cobrindo a vida deles. Ah, quanta palavra não dita, quanta troca de ideias não acontecida, quantos carinhos não mais dados e recebidos. Tudo virara um marasmo mudo, surdo, sem cor entre os dois. Passaram a viver as vidas dos filhos. Os desejos, as felicidades, as tristezas, as injustiças, as conquistas, tudo, tudo não mais fazia parte daquela histórias de dois seres.
Hoje o último filho está saindo de casa. Suas bagagens e ele estão fazendo daquela casa um vazio enorme. Um vazio talvez nunca mais preenchido. Os olhos da mãe e do pai acompanharam tudo no silêncio tão exercitado por eles nas últimas décadas. A porta do elevador se fechou, e lentamente a cabeça de cada um foi se erguendo até que seus olhos voltaram a se ver, suas bocas esboçaram um sorriso, seus corpos se abraçaram como nos velhos tempos.
Os filhos nasceram, as alegrias tomaram conta assim como as preocupações. Os gastos aumentaram, o tempo deles encolheu, os sonhos se dissiparam, as mágoas e decepções foram sujando a relação outrora perfeita. De perfeita passou a suportável, de suportável a intragável, de intragável a indiferente. E aí é que tudo desmoronou.
Os espaços de silêncio, a falta de informações, os olhares não trocados iam cobrindo a vida deles. Ah, quanta palavra não dita, quanta troca de ideias não acontecida, quantos carinhos não mais dados e recebidos. Tudo virara um marasmo mudo, surdo, sem cor entre os dois. Passaram a viver as vidas dos filhos. Os desejos, as felicidades, as tristezas, as injustiças, as conquistas, tudo, tudo não mais fazia parte daquela histórias de dois seres.
Hoje o último filho está saindo de casa. Suas bagagens e ele estão fazendo daquela casa um vazio enorme. Um vazio talvez nunca mais preenchido. Os olhos da mãe e do pai acompanharam tudo no silêncio tão exercitado por eles nas últimas décadas. A porta do elevador se fechou, e lentamente a cabeça de cada um foi se erguendo até que seus olhos voltaram a se ver, suas bocas esboçaram um sorriso, seus corpos se abraçaram como nos velhos tempos.