A minha intenção era andar somente ao redor, não estava pensando em ousar penetrar entre as árvores. Talvez fosse perigoso! Perto da calçada, à beira da rua haveria mais gente, mais carros, ônibus e...poluição! De que adiantaria caminhar se estaria respirando sujeira? Precisava entrar no pulmão da cidade, do contrário seria melhor ficar dentro de casa, resguardada, presa na torre, tipo uma princesa. idosa, mas princesa! Avistei um rapaz com um cachorrinho e fui caminhando perto dele. Com certeza, iria até o cachorródromo. Foi! E eu fui também. E o carinho do sol aos poucos transformou-se na delícia de um respirar mais saudável.
Continuei sem sequer pensar nos medos que haviam me impedido de usufruir deste espaço, deste tesouro que temos em nossa cidade. Andava, lembrando da época em que escrevi minha trilogia com histórias que se passam na Redenção. Via-me fotografando a natureza, os monumentos. Ah, os monumentos! O Gaúcho foi trocado de lugar! Pensei que teria de mudar no meu livro também, afinal não se pode contar mentiras para crianças. Ao pegar a alameda que dá na rua onde moro, descobri que "O Menino Nu", pequena estátua em bronze, que ficava no chafariz, no centro do Jardim das Rosas, sumiu! Quantas mudanças!
Voltei para casa satisfeita e feliz. Caminhar na Redenção! Por que não?
Amanhã vou de novo!