quarta-feira, 31 de março de 2010

Ela!

E lá vinha ela, feliz da vida! Seu caminhar era tão leve que seus pés pareciam nem bater no chão. De onde será que vinha, para onde será que ia? Não sei, nunca soube e, provavelmente,... Todos os dias a mesma hora, ela passava por mim. Jamais pensei em perguntar-lhe alguma coisa: seu nome, onde morava, quem era, afinal? Aos poucos, fui me envolvendo de tal forma com aquela imagem que meu coração começava a bater diferente quando estava chegando a hora de sua aparição. E ao vê-la, tudo em mim mudava: minhas pernas, sempre doloridas, queriam correr; minha voz, rouca, desejava cantar; meus olhos, quase cegos, enxergavam tudo nos mínimos detalhes; minhas mãos, trêmulas, almejavam desenhar aquele rosto. Depois de sua passagem, nada mais tinha encanto. Tudo voltava ao normal: morno, insípido, inodoro!
Um dia, ela não apareceu. Não apareceu nunca mais! Ou fui eu que não mais a  vi?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Correção!

Fiquei sabendo por uma professora de Química, mas estudiosa de Biologia, e muito amiga minha, o seguinte: primeiro, com respeito ao texto sobre a pomba que pousou na janela de meu apartamento - esqueci de falar que moro no nono andar - e cuja foto fez com que várias pessoas se manifestassem, dizendo que aquela ave não era pomba, porém não diziam o que era, cheguei a ouvir que podia ser um filhote de garça, garça...?! É pomba , sim!!!!! Segundo: no diálogo entre a cobra e o coelho, ela me falou que eu cometera um errinho no trecho em que a cobra fala que não enxerga, mas ouve muito bem. Errado! Ela é surda também!
Então, diante de tanta ignorância do mundo animal, decidi fazer a correção da fala da cobra verde no trecho em que ela diz:

"Cobra – Ora, eu não enxergo, mas eu ouço muito bem! Assim, posso fugir quando os inimigos se aproximam. E como sou verde, é fácil! Me confundem com qualquer plantinha."

Agora, naquele trecho, leiam para suas criancinhas isso:

"Cobra - Ora, eu não enxergo e nem ouço! Sou uma pobre cobrinha cheia de deficiências! Mas a minha língua...! Ah! a minha língua! Esta não me deixa entrar em fria, ela me auxilia na identificação de tudo. E, quando ela diz; "É furada, te manda!" Eu não duvido e fujo. Como sou verde, quase não sou vista pois me confundem com as plantinhas."

Gostaram? É isso aí, minha amiga Regina Bittencourt! Valeu! Obrigada!!! E continua lendo os meus escritos!!!

domingo, 21 de março de 2010

Nem tudo é o que parece!

Hoje, fuçando aqui no computador, entrei numa pasta, chamada Minhas Criações. Lendo os diferentes títulos, deparei-me com "O coelho vermelho e a cobra verde"! Lembrei que escrevera logo após ter inventado uma história para meu primeiro neto quando ele tinha, talvez uns dois anos. Hoje, já vai fazer treze, um mocinho! Eu tinha em casa umas cabecinhas de animais para colocar nos dedos e criar diálogos para as crianças. Eu adorava brincar disso, acho que mais do que meu neto. Não vou ousar perguntar-lhe. Li o diálogo e decidi postá-lo aqui. Espero que vocês tenham paciência de ler mais um pouco.


"O COELHO VERMELHO E A COBRA VERDE"


Coelho – (Cantando e pulando, feliz) Pelo campo afora eu vou bem feliz.... Ups!

Cobra – (Lânguida e falando devagar) O que que é? Assustei-o?

Coelho – (Caguejando, demonstrando medo) CaCaClaro! AAAfinal você é uma cococobra!

Cobra – Mas você não me conhece? Sou uma cobra verde!

Coelho – E daí? Cobra é cobra,... e eu sei que vocês são muito perigosas. A mamãe sempre me diz que vocês são traiçoeiras.

Cobra – Não é verdade! Existem cobras e cobras! Eu sou verdinha e me pareço com a grama, com as plantas. Quase ninguém me vê! Sabe, vou lhe confessar uma coisa: "Eu também não vejo ninguém! Eu sou cega!

Coelho – O quê? O quê? Quer dizer que você nem sabe que bicho sou eu? Nem sabe qual a minha cor? Então como é que você parou e está conversando comigo?

Cobra – Ora, eu não enxergo, mas eu ouço muito bem! Assim, posso fugir quando os inimigos se aproximam. E como sou verde, é fácil! Me confundem com qualquer plantinha.

Coelho – Viu? Viu? É isso que minha mãe fala! Vocês são traiçoeiras! Se disfarçam para atacar melhor!

Cobra – Ah, meu coelhinho vermelho, como você tem de aprender ainda. É lamentável que sua mãe o esteja assustando com inverdades. As aparências enganam!

Coelho – Ah é? Mas... para aí! Como é que você sabe que eu sou vermelho! (Olhando-se. E, quando olha de novo para a cobra, vê que esta havia sumido da sua frente) Ué! Onde você está?

Cobra – Aqui! Ás vezes, as aparências enganam sim! Inhac!

Coelho – Ai, ai ai! Meu rabinho, sua cobra mentirosa!

Cobra – Quem mandou deixar o rabinho pra fora da fantasia, seu rato nojento!

domingo, 14 de março de 2010

Sono perturbado!


Ontem à noite uma pomba instalou-se na beirada de uma das janelas da sala de meu apartamento. A princípio, levei um susto, afinal, isso não é comum, principalmente, quando já está totalmente escuro! Ela era branca e parecia estar muito bem ali. Eu, com a mania de fotografar tudo, corri, peguei o celular, que estava mais à mão, abri lentamente a vidraça e fui chegando mais perto para poder fazer um "close" da lindona! Sim, era lindona, o branco de suas penas tinha um perolado de dar inveja. Lembrei de meu vestido de debutante, ah! quanto tempo faz isso, mas eu não esqueço. Ele tinha três grandes babados bordados de lantejoulas nacaradas. Nacaradas? Será este o termo? Meu Deus, nunca mais havia falado essa palavra! Voltando a minha visitante, confesso que enlouqueci com aquela presença. Até esqueci que esses bichinhos não são bem-vindas por aí, portadoras de piolhos e transmissoras de doenças. Pus-me a clicar muitas vezes, com flash, sem flash, mais perto, mais longe, e ela ali, implacável, altiva, parecia serena, mas, na verdade, estava me observando, meio de lado, somente com o olho direito. Aos poucos, sua aparência foi mudando, não sei como notei, pois todos parecem ser tão iguais! Sim, aquela não era mais a pomba branca que pousara na minha janela. Suas penas não estavam mais com aquele brilho encantador, estavam, agora, assustadoramente rígidas, seus olhos haviam aumentado, lembravam botões, enormes! Eu, apesar de impressionada, continuava a querer mais poses daquele serzinho que resolvera fazer parte da minha noite de sábado. Foi aí que ela se virou de frente para mim, abriu o bico e disse com voz estridente e rouca:
- Não vai parar de me encher o saco? Tô a fim de dormir!
Eu dei um passo pra trás, bati em uma cadeira que bateu no abajour de pé e tudo foi ao chão, fazendo uma balbúrdia!
- Ah, tá! Desisto! Barulho, não!!!!!!! Vou procurar outra janela! Tchau, sua velha chata! - abriu as asas e saiu, batendo-as energicamente.
Fiquei ali parada, não entendendo nada! Fui dormir também, encucada!
Ao encostar a cabeça no travesseiro, pensei:
"Tomara que ninguém faça barulho!"

sábado, 6 de março de 2010

Cabeça fervilhando!

Louca para postar mais uma historinha, a cabeça fervilha com muitas ideias, mas ainda não estou enxergando bem; então, meus assiduos leitores, aguardem mais um pouco!
Beijinhos e obrigada por lerem meus escritos.