E lá vinha ela, feliz da vida! Seu caminhar era tão leve que seus pés pareciam nem bater no chão. De onde será que vinha, para onde será que ia? Não sei, nunca soube e, provavelmente,... Todos os dias a mesma hora, ela passava por mim. Jamais pensei em perguntar-lhe alguma coisa: seu nome, onde morava, quem era, afinal? Aos poucos, fui me envolvendo de tal forma com aquela imagem que meu coração começava a bater diferente quando estava chegando a hora de sua aparição. E ao vê-la, tudo em mim mudava: minhas pernas, sempre doloridas, queriam correr; minha voz, rouca, desejava cantar; meus olhos, quase cegos, enxergavam tudo nos mínimos detalhes; minhas mãos, trêmulas, almejavam desenhar aquele rosto. Depois de sua passagem, nada mais tinha encanto. Tudo voltava ao normal: morno, insípido, inodoro!
Um dia, ela não apareceu. Não apareceu nunca mais! Ou fui eu que não mais a vi?
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