segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

A raiva de cada dia

      Hoje está sendo um daqueles dias em que me seguro para não explodir de raiva. Raiva de quê? Não consigo saber, estou inquieta, não é ansiedade, é uma sensação estranha, daquelas que se tem a impressão de que algo do além nos impulsiona. Não paro quieta. Sento, levanto, vou à cozinha, abro a geladeira, como o que vejo pela frente e vem-me a cara daquele médico, idiota, sem sensibilidade. Ele não deve saber lidar com mulher alguma. Só por que eu já passara dos setenta supunha que podia ofender-me, dizendo coisas que arranharam a minha vaidade? É preconceituoso. Isso! Ele tem preconceito com velhos! Mas esté quase velho, falta pouco ! E daí? Como vai querer ser tratado? Hum!  O tal doutor tem três filhos, eu sei. Filhos que provavelmente fez num rompante de desejo, num ímpeto para saciar suas necessidades físicas sexuais, Isso! A mulher dele devia lhe botar uns cornos bem grandes e merecidos. Ele não sabe amar! Mas por que estou julgando aquele médico, já faz uma semana que estive em seu consultório. Estou arrependida de ter ido lá. Não foi o que esperava. Médicos! Se acham! O mergulho na ciência os deixa insensível, sem espiritualidade. Não todos, não, a maioria, principalmente, os famosos e os jovens. Ah, os jovens, coitados! Como têm de aprender com a vida! São tão prepotentes, precisam levar belos tombos, mesmo que sejam pelo peso dos cornos; precisam ter filhos que não os satisfaçam e os enfrentem para caírem em si e baixarem a crista! Vou dormir. passou a raiva! Amanhã tenho consulta com o tal do médico!

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