Todos os dias, na mesma hora, de segunda a sábado, ele faz o mesmo: desce os onze andares da mesma forma. Usando as escadas, alcança o lance onde fica o latão de lixo dos apartamentos acima, recolhe os saquinhos, às vezes fedidos, e coloca-os num grande saco plástico preto. E, assim, de andar em andar faz o seu serviço diário. Quando o saco preto está cheio, chama o elevador, e ali, acondiciona aquele envólucro que, se fosse examinado, revelaria a história de cada apartamento. Afinal, não é verdade que "diga-me o que comes, que te direi quem és", "Diga-me com quem andas que...", então, "Diga-me o que tens no teu lixo que te direi quem és!" Será?
Quantas vezes pego o elevador e faço minha viagem ao térreo acompanhada, sim acompanhada de um belo saco preto cheio de lixo. Sim, porque o ou os sacos pretos cheios de lixo só saem do elevador quando tudo já tenha sido recolhido.
Alguém pode me dizer por que estou relatando isso? Será para pensar nas ações repetidas e tristes de um ser humano? Não, acho que é porque não aceito andar de elevador com um saco de lixo! Adoro domingos! Não há perigo de descer com ele, o lixo!
A verdade é esta: preocupo-me com as pessoas que têm de fazer sempre o mesmo pois eu odeio rotina e ODEIO descer com o lixo no elevador!
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