sábado, 25 de dezembro de 2010

Meu Natal

Houve um tempo em minha vida em que o Natal era festejado com a reunião de todos da minha família. Eu era pequena. Passávamos o mês de dezembro nos reunindo aos domingos na minha casa, afinal, eu era filha do avô de todos. Ensaiávamos músicas de Natal, meu pai no contrabaixo, minha mãe ao piano, uma de minhas irmãs no violino e todos, crianças e adultos, cantavam. Era lindo!
O presépio, que ocupava uma parede de quatro metros, era armado somente na véspera da véspera. Nele tinha tudo, grama, lago, patinhos, ovelhas, pastores, luzinhas, Nossa Senhora, São José e Ele, o Menino Jesus. A árvore batia no teto e era impregnada de enfeites e luzes, que piscavam muito, e eu ficava a cada ano, sempre muito encantada. Até hoje, o Natal é uma data especial pra mim. Pena que não é assim para todos!
Quando eu era criança, tudo era tão belo, tudo era tão pleno, nada estava fora do lugar, nada doía, nada fazia chorar, só o tombo da primeira bicicleta. Só o que assustava era a voz do Papai Noel, entrando no corredor lateral de nosso sobrado. Corríamos todos, juntávamo-nos e aquela vontade de fazer xixi, fazia com que nos segurássemos um ao outro. Nada podia dar mais medo do que a presença daquele velhinho, que, com os anos, todos nós descobrimos que era um de meus primos mais velhos. Hoje, quantos medos temos!
Onde está aquele Natal? Onde está aquela árvore? Onde está aquele presépio? Onde estão aquelas músicas? Onde está aquele clima de alegria, paz e amor? Sinto-me tentando juntar os pedaços perdidos ao longo da vida. Tentando agregar as novas aquisições, as novas ideias. Impossível, nada se assemelha! Só me resta guardar o meu Natal num canto bem escondido do meu coração, de onde ninguém possa tirá-lo, possa machucá-lo! Feliz Natal, meu Natal!

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