quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Medo? Imagina!

Ontem, feriado aqui em Porto Alegre em homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes, tomei uma decisão sobre algo que vinha roendo minha cabeça e minhas pernas há bastante tempo. Enchi os pneus da bicicleta, coloquei-a no elevador e lá fui eu pedalar pelos caminhos, quase encantados, da nossa Redenção, para quem não conhece, Parque Farroupilha, dizem, o pulmão da cidade.
Há três anos atrás, quando vim morar neste bairro, um dos motivos que me fez optar por este apartamento, foi a proximidade com este parque. Além de todas as suas maravilhas, tenho também uma ligação sentimental com ele. Foi ali que, lá pelos meus oito anos, aprendi a andar de bicicleta. Durante um tempo de minha infância, meu pai, todos os domingos pela manhã, saía para passear conosco no seu Ford 51 e acabava chegando à Redenção. Ali, alugava uma bike, como dizem hoje, para cada um e nos acompanhava nos primeiros "passos" deste maravilhoso meio de transporte. Falei "nos" porque, apesar de ser filha única, cresci junto a meus sobrinhos, nasci tia, mas isto é outro assunto! Duvido que alguém tenha tido momentos mais divertidos e felizes do que aqueles nossos em meio a tombos e corridas.
Há dois anos e três meses atrás sofri uma cirurgia na coluna lombar. Foram colocados pinos e parafusos. Graças a Deus, estou ótima. Entretanto, havia uma frase do meu médico que não saía de minha mente: "Tu estás liberada para fazer de tudo, menos cair!" Aquele "menos cair" me acompanhou por todo este tempo. E realmente não deixava eu me soltar! Mas ontem disse um basta a este medo bobo, afinal, depois de mais velha, apenas caí uma vez da bicicleta.
Nossa! Que sensação maravilhosa! Conseguir ir mais longe em menos tempo, sentir o vento batendo no rosto, olhar tudo de um andar acima, passar das pessoas que caminham e o melhor, ouvir: "Que legal! Tu ainda andas de bicicleta! Não tens medo de cair?" e eu responder me achando: "Imagina, adoro! Que medo, que nada!"

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