domingo, 18 de novembro de 2012
Bem te vi!?
Bem te vi! Sim era esta frase que ele gritava insistentemente, embora eu não conseguisse descobrir onde ele estava. Às vezes parecia nervoso, sua voz saía trêmula e a repetia, rapidamente, várias vezes. Parecia que me via. Por quê? Por que não se mostrava, por que não dizia outra coisa além desta frase que, para mim, soava como uma belíssima declaração de amor: "Ainda bem que te vi!" Nunca alguém havia me dito que gostava de ter me achado. Nem sempre o som vinha do mesmo lugar, por isso eu pensava que ele se movia talvez para me deixar mais curiosa. E conseguia! Eu não aguentava mais de curiosidade. Seria um vizinho que me enxergara quando fui à janela? Poderia ser o tocador de flauta, ele sabia o quanto eu gostava de ouvi-lo, de repente estava me agradando. Ou será que eu tinha feito algo errado, presenciado pelo meu admirador que dizia: "Bem que eu te vi! Pensando bem, ultimamente, não tenho me comportado muito bem. Mas o que é não se comportar bem? Depende de cada um, e eu não acho que tenha cometido muitos pecados mortais. Não! Ele pode ter me visto em outro momento, em outro lugar! Pode ser um completo estranho que me seguiu e descobriu onde eu morava. Curioso! Depois que comecei a escrever ele não mais gritou. Estará sentindo a minha falta à janela? Mas não quero me levantar, estou com dor nas pernas, caminhei muito hoje pela manhã...não aguento este sono. Preciso dormir um pouco. "Bem te vi!" Opa! Ele veio acordar-me. Lá está ele, lindo, elegante e carinhoso, o meu bem-te-vi.
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