Vinte e sete! Engraçado sempre achei que este era meu número de sorte, mas nunca ganhei nada com ele. Nunca? Como nunca? O que estava acontecendo não era um sorte? Estar sentada numa poltrona confortável, à janela, num ônibus maravilhoso, assistindo a um filme único, não é algo de que poucos conseguem desfrutar? Claro que era meu número de sorte!
Olha um lago! Que lindo! Uma pequena ilha nele com uma casa nela. Uma pontezinha de madeira para lá chegar! Instantaneamente, veio-me à mente um castelo que conheci no interior da Alemanha. A ideia era a mesma, uma ilha, uma ponte, uma casa. Mas quanta diferença! A de agora, simples, quase pobre, de madeira, um andar só. A de lá, majestosa, na verdade, um castelo com muitos andares, muitas janelas, muitas torres com pontas em busca do céu. O lago daqui pequeno, água suja, cara de açude. O de lá enorme, muita água, limpa com veleiros navegando. Lá a ponte era forte, podendo passar carros e carruagens. Aqui, frágil com passagem para uma pessoa. Mas e daí? O prazer de ter uma casa numa ilha no meio de um lago, com certeza, é o mesmo!
O que é isso? Um lixão! Casebres perto! Crianças brincando, hortinhas junto a dejetos! É, no filme da vida, da estrada, nem sempre tudo é belo e causa alegria. Fechei os olhos não para não ver, mas para poder pensar mais profundamente sobre as desigualdades do mundo. Devo ter adormecido, porque quando abri os olhos já não conseguia ver nada. A noite havia descido por completo, encerrado o filme e fechado as cortinas do meu deleite.
O que é isso? Um lixão! Casebres perto! Crianças brincando, hortinhas junto a dejetos! É, no filme da vida, da estrada, nem sempre tudo é belo e causa alegria. Fechei os olhos não para não ver, mas para poder pensar mais profundamente sobre as desigualdades do mundo. Devo ter adormecido, porque quando abri os olhos já não conseguia ver nada. A noite havia descido por completo, encerrado o filme e fechado as cortinas do meu deleite.
(Escrito em algum dia de outubro de 2019)
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