quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Aqueles dois!

O mar parecia pintado de tristeza. Sua cor deixava os olhos do espectador confusos uma vez que o céu era do mesmo cinza, revelando a sobra do fogo do um dia que fora intenso com as emoções daqueles dois.
Ela, loura, elegante, olhos lânguidos, pernas bem torneadas, boca rasgada e dentes pequenos. Ele, forte, pernas musculosas, olhar firme, boca grande e dentes muito brancos. A beira da praia permite que se tenha uma noção mais clara das características físicas dos seres, o que pode dar à primeira impressão um peso maior, não acham? E foi assim que eles se encontraram, ali, com as ondas refrescando os pés enquanto o coração queimava de paixão à primeira vista. Haviam passado um pelo outro, e o olhar rápido com o canto dos olhos os fez voltarem. Pararam tão perto que podiam sentir o cheiro que caracterizava cada um. E este os levou a achegarem=se mais e, assim, face a face, giravam como um carrossel ao som dos pássaros que voavam sobre os dois, ao calor do sol que aquecia-lhes os corpos, ao toque da água que, de tempos em tempos, vinha molhar-lhes. Não mais se afastaram. Andavam, corriam, olhavam-se. De longe, percebia=se que faziam juras de amor.
De repente, uma voz masculina, forte e imperativa é ouvida. Os nossos apaixonados param e, sem nenhuma explicação, o nosso varão sai correndo na direção de seu dono pois grito de pai qualquer um escuta.
Nossa loura sentou nas patas traseiras, vendo sumir o seu amado que entrara num carro vermelho. Na vidro traseiro, ela avistou aquele cão que conquistara seu coração. Do olho direito dela uma lágrima correu. Saiu andando, enquanto o céu ia trocando sua cor, o sol escondia-se atrás das nuvens cinzentas que tomavam conta de tudo, e o mar refletia a tristeza que tomava conta do coraçãozinho daquela Cocker cor de mel que pensara ter encontrado o amor de sua vida.

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