quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Fantasmas?
Ela fechava os olhos e lá vinham aqueles rostos, às vezes, pessoas de corpo inteiro. Em preto e branco. Abria os olhos, e nada via, a não ser o que concretamente estava em seu campo de visão e que também era visto por todos. Não havia lugar específico para que isso acontecesse. Podia ela estar em casa, na cama ou mesmo no chuveiro da escola de natação onde fazia seus exercícios.
Em princípio, não tinha noção de quem eram elas. Frutos da sua tão fértil imaginação? Seres em outra dimensão? Perguntava às amigas se isso acontecia com elas, mas jamais obtivera resposta positiva. Algumas até zombavam: "Tá vendo fantasma?!". Será? Não conseguia dar uma explicação, nem queria acreditar que pudesse estar vendo pessoas que já tivessem feito a passagem, como dizem aqueles que não gostam de falar qualquer palavra relacionada à morte.
Porém, `a medida que o tempo passava, mais frequentemente esse fenômeno lhe acontecia. Um dia, uma forte dor no peito a fez cair ao chão quando estava voltando para casa. E ali, deitada na calçada fria, os olhos cerrados, Maria viu todos os seus amigos sorrindo. Deu-se conta de que, apesar da dor, do tombo, do corpo dolorido, sua mente estava viva pois pensou: "Está na minha hora!" Foi, então, que todos aquelas figuras descoinhecidas que via começaram a rir e uma delas lhe disse para levantar porque não chegara a sua hora.
Hoje, quando Maria passeia pelas ruas de seu bairro, vê o cochicho de alguns: " Lá vai Maria, que vê fantasmas e ainda faz folia!
(Eu vejo faces e corpos quando fecho os olhos, e tu?)
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