quinta-feira, 24 de maio de 2012

Onde está o silêncio?

Adoro fechar os olhos e curtir o silêncio do meu apartamento. Sem televisão, sem rádio, sozinha em casa. Sempre fiz isso, desde muito pequena, na minha velha casa, no chalé da praia, em meio as palavras de um Padre numa Missa. Hoje, por volta do meio dia fiz de novo. Sentada em uma das poltronas da sala, desliguei a TV e fechei os olhos. Engraçado o meu querido e emocionante silêncio tinha som de motor de carros, freada de ônibus,latido dos cachorros da vizinhança, berros de um casal de papagaios. Onde estás, meu silêncio? Será que me abandonaste para sempre? Fiquei assim, aguardando que ele chegasse, por um bom tempo. E nesses momentos saboreei novamente as delícias da espera de um amado, as inseguranças de um amor da adolescência, as carícias de um vento no rosto sorridente. Mas o melhor de tudo aconteceu quando me dei conta de que, mesmo em meio aqueles sons indesejados e inesperados, eu ouvia as batidas do meu coração, já quase um velho cansado de guerra, porém forte e faceiro, pronto para enfrentar as batalhas dessa vida cheia de altos e baixos. E então conversei com o meu silêncio, pedi-lhe desculpas, pois já não sentia tanto a falta dele. Ele havia sido substituído pelo maravilhoso silêncio do meu coração!

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