domingo, 15 de julho de 2012

Dormir? Pra quê?

Aquele sono não abandonava Maria. Sentava para almoçar, abria a boca pra colocar a comida e fechava os olhos. Queria escrever suas histórias, de um minuto para o outro, cerrava as pálpebras. Começava a assistir a um filme ou programa de televisão e, imediatamente, os cílios atrapalhavam a visão pois já não conseguia manter seus olhos abertos. Até mesmo, ao dirigir, que perigo, dava-se conta de que o tal do sono quase a fazia cometer alguma imprudência mais séria. No entanto, em nenhuma destas situações, Maria se deixava dominar por ele. Sempre fora uma pessoa muito comprometida e não se permitia descansar, tinha de produzir. Sim, estava sempre inventando, tinha uma inquietação criativa. Mesmo em frente à televisão ia aproveitando tudo que via para acumular ideias. Um dia, a sonolência era tanta que não pôde se manter acordada. Adormeceu profundamente e, por algum tempo, não se ouviu sua voz, nem seus passos, nem o teclar do seu "note". Ela dormia, ela descansava. Engano! Imenso engano! Ao despertar, deu-se conta de que o sonho que tivera era tão lindo que, a partir daquele dia, voltou a dormir e não mais acordou.

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