sábado, 28 de julho de 2012

Uma relação!

A vida com ela era mais gostosa. Era isso que ele dizia sempre. Não conseguia viver sem ela. Quando ia à rua, levava a moça junto, ao ficar sentado no sofá, assistindo a algum programa na televisão, era ela que lhe fazia companhia. Ela jamais lhe negava alguma coisa, algum carinho, alguma palavra de amor, de incentivo. No dia em que se viram pela primeira vez, bateram olho no olho, suas mãos se tocaram sem querer, as falas se confundiram, na ansiedade do primeiro encontro. Tudo a partir dali foi diferente na vida de cada um. Não havia mais um, e sim sempre dois. Ela era do tipo silenciosa, fazia tudo sem barulho, não gostava de que falassem alto perto dela. O rádio nunca ligava e disfarçava o quanto odiava o som do futebol que ele não deixava de ouvir, ou mesmo assistir na televisão. Ele jamais notara que aquilo não agradava a ela. Nestes momentos, ela fazia tarefas da casa em outros cômodos, muitas vezes, saía para fazer as compras da casa. Ele, em princípio, não desgostava de nada que ela fizesse. Um dia, ele chegou mais cedo em casa e a procurou, chamou, vasculhou todos os cantos. Nada. Ela não estava! Ele sentou e aguardou, aguardou, aguardou. O tempo passou, e ele desistiu. Desistiu de esperar, de ficar ali parado, de visualizar a entrada de sua amada pela porta da frente. Arrumou uma mala com tudo o que mais precisava e gostava, saiu pela porta afora. Ela, depois de mais algum tempo, chegou, não o chamou, não o procurou, não o esperou. Ele nunca mais voltou.

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