À noite, estaremos em Londres. Há quanto tempo aguardando o momento de estarmos vivendo a nossa vida, a vida pautada pela liberdade. Enquanto te espero, relembro tudo que nos fez felizes até hoje. Agora é vida nova.
Cheguei cedo, a ansiedade não me deixava em paz, não aguentava mais ficar naquele quarto, mesmo sabendo o quanto ele fora importante para nós. Saí quando o sol ainda estava fraco e o ar da manhã no campo ao lado da estalagem carregava a umidade que lavou a minha alma machucada por tantas incompreensões. Por que é tão difícil entender que fomos feitos um para o outro?
Desde que aqui cheguei, vários trens já passaram, mas em nenhum visualizei a alegria que a cada minuto toma conta de mim. Em minha mente ecoam tuas últimas palavras ontem, embaixo da árvore de nossos encontros. Proferiste tantas juras, tantos desejos que nem sei se mereço este teu amor. Claro que merecemos, nada fizemos de errado a não ser ter um sentimento tão grande um pelo outro que acabou trazendo inveja a muitos.
Estás demorando, deve ser a minha vontade de te ter por perto. Meu estômago parece pedir comida, mas acho que é a sensação de vazio por ainda não teres chegado. Não quero sentar-me. O cansaço está, aos poucos, subindo pelas minhas pernas; no entanto, quero estar em pé quando me vires. Em pé e de braços abertos. Sim. correrei ao teu encontro e te abraçarei como nunca. Será o primeiro abraço do início de nossas vidas juntos.
O sol brilhou muito todo o dia. Gente chegou, gente se foi. A noite inundou a plataforma e o meu peito apertado parece que vai estourar. Já entendi, não tiveste coragem. E eu, na ilusão de um dia ser feliz aqui estou, a tua espera. Eu sei. Não vens. Eu sei. Compreendo. Eu sei. Tudo terminou. Eu sei. Adeus!
(Foto tirada em uma das estações de trem entre Londres e Glasgow, em outubro de 2011)
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