Hoje encontrei com uma amiga que me relatou a história de um menino que costumava andar pelas ruas da cidade. Suas pernas finas e seus pés, protegidos apenas por chinelos gastos, levavam-no por caminhos longos e diferentes a cada nova manhã. Seu rosto de criança carregava um olhar pesado e triste, parecendo pertencer a um adulto sofrido. Seus cabelos louros enredados deixavam transparecer a falta de higiene e de cuidados. Era difícil definir a idade! Poderia ter doze, quinze, sete ou quarenta! O que ele fazia? Pedia, sim pedia em nome da mãe. Mas só se aproximava de senhoras. Ninguém jamais o vira dirigindo-se a algum homem.
Um dia, quando ele se aproximou de minha amiga, esta lhe perguntou por que a mãe não trabalhava e o sustentava em vez de mandá-lo para rua. Ele respondeu apenas que sua mãe não podia trabalhar e saiu caminhando.
Algum tempo depois, quando minha amiga se dirigia para a casa de um de seus filhos, viu ao longe o tal menino. Para onde estaria ele indo? Caminhava na calçada do cemitério. Minha amiga, então, estacionou e ficou controlando os passos do garoto que entrou num dos portões de ferro. Ele levava na mão uma flor. Minha amiga saiu do carro e o seguiu. O menino parou diante de um monte de terra com uma cruz em cima e colocou ali a flor. Maria me contou que, chegando perto, conseguiu ver a lágrima que escorria pelo rostinho sujo, deixando um filete de pele limpa. Disse que o menino virou e deu de cara com ela. Ao olhar um nos olhos do outro, um impulso, vindo não sabia de onde, fez com que se abraçassem. "É a minha mãe!" disse-lhe o garoto, apontando para a terra.
Hoje, aquele menino não mais perambula pela cidade, mora na casa de minha amiga e recebe o carinho da mãe que lhe faltou quando ainda era um garotinho de seis anos.
Puxa! Que historia bacana. Que bom seria se muitas vidas pudessem ser mudadas assim né? Ao invés de ficarmos julgando e fôssemos atrás da verdadeira historia das pessoas, poderíamos fazer alguma diferença. Bjs
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