sábado, 9 de junho de 2012

Surpresa na noite

A noite estava fria, muito fria. Ela dirigia seu carro novo, indo para casa após o trabalho. Subiu a ladeira que fazia parte de seu caminho, parou numa das sinaleiras e notou que não havia mais ninguém na rua, além dela. Nenhum carro, nem estacionado, nenhuma pessoa, nem sequer cachorro ela viu. Olhou para os prédios ao redor e pensou: estão todos já dormindo, mas nem é tão tarde assim. Devia ser o frio. Tudo estava escuro, bem escuro. A luz vermelha da sinaleira trocou para o verde, ficou assim por uns trinta segundos e apagou. Foi o tempo de ela dobrar à esquerda para pegar a avenida principal que a levaria até seu destino. Tudo escuro e vazio. As árvores pareciam ter enchido suas copas, ela seguia, desconfiada. Sem esperar, surge a sua frente uma luz, bem densa, fortíssima. A princípio não identificou o que era até porque, neste momento, seu carro começou a engasgar como se começasse a faltar gasolina. Desesperou-se, disse alguns palavrões, e sua condução morreu. Abaixou a cabeça sobre a direção e agarrou-se a ela como se dali pudesse vir uma solução. O que poderia fazer? Foi neste momento, que sentiu um clarão cobrindo tudo. Levantou os olhos aos poucos, estava com medo. Focou o asfalto iluminado, seguiu aquele facho de luz e deu de cara com a causa de todo esse evento indescritível. Lá estava ela, enorme, densa, brilhante, em forma de um grande "D": a LUA! O prazer daquela visão foi tanta que saiu do carro, esqueceu o medo, o frio e caminhou sorrindo. Lembrou das noites da infância quando aprendeu que, se a Lua estivesse em forma de "D", estava decrescendo, minguando. Belos ensinamentos que jamais serão esquecidos. O carro? Ah! Ao chegar em casa, feliz da vida, ligou para o seguro!

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