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Num trem entre Glasgow e Edinburg 2011 |
Naquele devaneio de adolescente, eu quase voava em direção ao castelo que via ao longe. Quanto mais perto chegava, maior ele ficava. Quantas torres de tantos diferentes tamanhos! Quantas janelas, umas fechadas! Como é belo esse jardim! Quanto verde! Como é limpo! Comecei a fazer voltas pelas alamedas.
Porém, quando levantei a cabeça, o gigante prédio havia mudado de cor, de um rosa alaranjado, fora escurecendo e ficando quase marron. Por que o teriam pintado dessa cor. Não havia mais nenhuma janela aberta! Será que se fecharam para mim? Um temor tomou conta de minha mente, meu coração disparou. O medo veio e me engoliu. Meu cavalo não mais corria. Seus passos agora eram indecisos. O que estaria acontecendo?
Parei, olhei para o céu e vi nuvens pretas que se juntavam, formando uma espécie de caverna acima de mim. De repente, raios! Muitos raios seguidos de trovões. Era um barulho ensurdecedor. O bicho começou a relinchar e levantar as patas dianteiras. Estava perdida, pensei. Não tinha onde me proteger. E a chuva veio. Veio forte e acompanhada do vento. Mas em meio a este tumulto, surgiu ele, o meu príncipe. Pegou as rédeas do meu cavalo e me levou para um lugar seguro. Lá me abraçou, e eu chorei, não sei se de alegria ou de saber que toda a insegurança havia passado.
"Rose, Rose!"
Era minha mãe, avisando que havíamos chegado. Dei-me conta de que tinha a sacola da loja, onde havíamos feito umas compras e que antes estava sobre a mesa entre os bancos, apertada em meus braços. Soltei-a rapidamente e, num relance, vi meus cabelos curtos castanhos refletindo na vidraça da janela do trem.
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