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Montmart, Paris - 2011 |
A discussão que tive com minha companheira, a Eve, ontem à noite não me fizera bem. Ela não entendia o quão diferente é a cabeça, são as atividades, os horários de um ator, ainda mais ator da rua como eu. Queria que fôssemos almoçar no pequeno restaurante de seu pai, perto da Catedral de Notre Dame. É difícil , aceitar que tenho de pegar o que aparece, nem interessando o dia e a hora.
Já para mim é incompreensível a rotina em que vive. Dia após dia, à mesma hora, o mesmo trem, a mesma empresa, o mesmo chefe, o mesmo trabalho. Jamais teria um emprego assim. Tenho de me sentir livre, apesar das desvantagens. Tenho de ter manhãs em que posso optar se saio ou não da cama. Comer quando tenho fome. Fazer o que é gratificante para mim.
Aos domingos, o público é certo. Sempre tem alguém pelas praças. Hoje, aqui neste lugar, então, o sucesso é inevitável. Porém não estou me sentindo bem. Essa roupa feminina não combina com meu estado de espírito. E estou arrependido. Arrependido de ter contado para este idiota que sentou a meu lado detalhes de minha vida particular. Qual é a dele? Dizer que sempre fui um homem bom é não ter o que dizer! Nem me conhece tanto assim para saber se sou bom ou não. É melhor ficar calado do que falar sem fundamento.
Muito bom, Lourdes Sei bem como é. Como teu personagem, eu às vezes falo demais, depois me aborreço comigo mesma. Mas... acontece. É aquela do "pronto, falei".Beijos!
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