domingo, 4 de março de 2012
Beleza e juventude eternas
Finalmente chegamos a terra firme. Havíamos navegado por muitas horas em busca da tal ilha onde poderíamos encontrar a sementinha da juventude eterna. Lenda ou verdade? Nenhuma de nós já havia se encontrado com alguém que fizera uso da tal frutinha. Éramos em quatro mulheres, bem vividas, com muitas experiências de vida. O que nos fazia ir atrás desse tipo de promessa? A beleza eterna? O medo da não aceitação? Qual a importância da aparência? Verinha, por exemplo, nunca fora uma beleza, no entanto juntara-se a nós como se não quisesse perder o pouco que tinha. Já Ana Maria sempre fora bela, meio na base da tecnologia, com muitas cirurgias e tratamentos modernos, mas bem bonita. Ela também se entusiasmou com o aceno de juventude eterna. Marilda parecia não se preocupar com nada, porém não queria perder essa aventura. Queria estar junto. Eu..., eu nem pensei muito, juntei-me a elas e vim.
Lentamente fomos arrastando nossos pés na areia quente, fina, branca. Adentramos a mata que estava a nossa frente, sem soltarmos as mãos, afinal, ninguém queria perder-se. O sol ainda estava alto e iluminava relativamente bem o lugar. Chegamos a uma clareira, onde nossos olhos se enebriaram com a beleza do campo coberto de lavandas. Ah, que perfume! Atravessamos aquele espaço mágico, penetramos em outro mato e, em seguida, avistamos, ao longe, uma espécie de cerca viva. Aproximamo-nos e avistamos por entre os galhos cheios de espinhos a bela árvore coberta de sementes , frutinhas vermelhas, organizadas em cachopas. Não tivemos dúvidas, apesar da dificuldade, fomos cortando um galho ali, outro aqui e, com muitos arranhões, alcançamos a tão sonhada promessa. Avançamos sobre ela, arrancamos os pequenos frutos e, completamente sem modos, fomos enchendo nossas bocas, esfregando o suco em nossos rostos, corpos, cabelos. Paramos, olhamo-nos e cada uma de nós tinha o sorriso mais satisfeito do mundo. Era a glória, a gente estava linda e jovem. Fizemos o caminho de volta, cantando, pulando, brincando. Corremos até a praia,... vazia! Onde estava o nosso barco? Era aquela a nossa saída? Não havíamos nos enganado de direção?
Hoje, acho, faz muito tempo que aqui estamos. Lindas, jovens e sós!
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parece que a prima voltou melhor ainda...Beijos pra ti, adorei!
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