quinta-feira, 29 de março de 2012

Lugar errado!

Foi chegando de mansinho, meio desconfiada. Tinha certeza de que o lugar era aquele, mas não via ninguém conhecido. Abriu o enorme portão de ferro sob a melodia da falta de lubrificação e foi entrando passo a passo. A noite já vinha chegando e as sombras davam ao local um ar de mistério. Bem ao fundo do jardim, já perto do prédio, havia uma luz. Devia ser lá. Continuou seu caminho e, à medida que avançava, ia ouvindo, cada vez melhor, o som de pandeiros. Sim, pandeiros! Ao chegar mais perto, avistou uma roda de mulheres sentadas em cadeiras de praia brancas, cada uma com um pandeiro na mão. Todas vestiam amplas saias estampadas, blusas brancas e lindos colares caídos sobre os seios. Todas tocavam ao comando de um homem. Ele, de camisa e boné vermelhos, batia no seu instrumento e incentivava as alunas. Sim, as alunas. Ela havia chegado num espaço onde acontecia aula de pandeiro! Você sabia que isso existe? Pois nossa amiga foi-se chegando e, a cada mudança de ritmo, saía cantando alguma música que se encaixasse. Estava na maior alegria, feliz da vida em fazer parte daquele grupo, mas estava no lugar errado. Foi, então, que ouviu chamarem seu nome. Seu destino não era aquele, era mais adiante, na casa ao lado! Despediu-se e foi fazer o seu trabalho. (Vocês sabiam que há aulas de pandeiro no Museu do Trabalho aqui em Porto Alegre?)

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