sábado, 4 de agosto de 2012
Lá e cá!
Todos os dias, ela percorria aquele caminho. Fizesse sol, chuva, frio ou calor insuportável, lá ia ela para lá e para cá. Nada mudava, nada acontecia, nem as casas eram reformadas para dar aos olhos de quem por ali andava uma alegria. Só o que se modificava era o humor dela, o cansaço da mesmice sem fim. Nem as coisas que ela carregava se transformavam ou passavam a pesar mais ou menos. Quando chegava lá, ouvia, falava, escrevia, lia sempre as histórias sem graças. Quando chegava cá, comia, dormia, acordava, falava, ouvia, nada de diferente. E seus pais não se preocupavam com ela, era a mocinha perfeita, a que não dava incomodações. Não se preocupavam nem lhe davam a atenção que merecia. Ela parecia não se importar. Ninguém sabia que estava cansada de sua vidinha. Um dia, no meio do caminho, apareceu, em sua frente, um serzinho, dócil, frágil, delicado, amoroso que lhe pegou as mãos, beijou seus lábios, acariciou seus cabelos, disse-lhes as palavras com que ela sempre sonhara. E a partir daquele momento, ela nunca mais foi pra lá e para cá. Com ele ascendeu e transformou-se na mais linda estrela, a que jamais se apaga e a que se vê dia e noite, uma vez lá, outra vez cá.
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