terça-feira, 24 de abril de 2012

Nada igual!

Bota, tira! Bota, tira! Bota, tira! Às vezes, mais rápido, outras, mais devagar. Aquele homem parecia não cansar. Seus braços fortes pareciam feitos de ferro torneado, é claro. Em alguns momentos, usava os dentes, dentes brancos, grandes, sadios. Usava-os como se quisesse, com muita gana, abocanhar um pedaço do que estava mordendo, mas, quando abria a boca e lambia os lábios, via-se que nenhuma violência tinha acontecido. E continuava: bota... tira! Bota... tira! Nada ao redor o incomodava, total concentração. As pernas, em posição entre abertas e levemente dobradas, movimentavam-se de forma cadenciada, mostrando os músculos reluzentes que buscavam o equilíbrio a fim de não acontecer nenhum imprevisto que encerrasse aquela deliciosa brincadeira. De vez em quando, fazia menção de que pararia aquele ritual, porém antes mesmo que se tornasse totalmente imóvel, retornava aos movimentos: bota, tira...bota, tira... bota, tira... Ele suava! Eu já estava cansada por ele, todavia nada me fazia sair da janela. Queria ver o final daquele filme. Sim era um filme maravilhoso que eu assistia, experimentando as mais diversas emoções. De repente, um estremecer maior o fez gritar, urrar... era enorme! Sim, eu também quase comecei a gritar, afinal nunca vira um peixe daquele tamanho. Havia valido a pena todo o esforço, todo o cansaço, todo o tempo usado!

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